domingo, 27 de julho de 2014

João de Barro!

                                          JOÃO DE BARRO

joão-de-barro ou forneiro (Furnarius rufus) é uma ave Passeriforme da família Furnariidae. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno (característica compartilhada com muitas espécies dessa família). É a ave símbolo da Argentina, onde é chamado de hornero ("Ave de la Patria" - desde 1928).

Descrição

Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epiteto específico rufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de voo, nas asas) anegradas, visíveis em vôo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração mais clara.1 Tem cerca de 20 cm de comprimento e não apresenta dimorfismo sexual evidente,2 mas sua plumagem pode mostrar variações regionais; no sul da Argentina tende a ter um tom mais pálido e acinzentado; no Piauí e Bahia as cores são mais fortes, mais avermelhado no dorso e mais escuro e ocre no ventre. Também seu tamanho pode variar, sendo em geral as populações do sul ligeiramente maiores que as do norte.3

Taxonomia, ocorrência e denominação popular

nome científico do joão-de-barro é Furnarius rufus, tendo sido descrito pela primeira vez por Johann Friedrich Gmelinem 1788. Pertence à ordem dos Passeriformesfamília Furnariidae. O gênero Furnarius foi descrito por Louis Jean Pierre Vieillot em 1816. Da espécie partem cinco subespécies:4
É uma espécie nativa da ArgentinaBolíviaBrasilParaguai e Uruguai, ocupando uma vasta região, que vai do sul dos estados brasileiros de PernambucoGoiás e Mato Grosso, cobre toda a parte leste da Bolívia, seguindo para o sul pelas encostas da Cordilheira dos Andes até a altura da Pensínsula Valdez, na Argentina, espalhando-se destes limites até o litoral atlântico. Sua população não foi quantificada, mas parece estar aumentando e foi descrita como uma ave comum. Por tais motivos a Lista Vermelha da IUCN a classifica como espécie em condição pouco preocupante.5 A espécie tem invadido cada vez mais as cidades e, em virtude do desmatamento, que cria campos ou arborização rala, também sua zona de ocorrência está aumentado.3
É conhecido em português por vários apelidos, como joão de barro, amassa-barro, barreiro, forneiro, maria-de-barro, oleiro, pedreiro, e em espanhol pode ser chamado de hornero común, alonsito e hornero.6

Ecologia e biologia

Vive em áreas de vegetação esparsa ou em campos abertos. Passa grande parte do tempo no solo, destacando-se por seu andar pausado característico, que alterna com pequenas corridas.1 Alimenta-se de insetos e larvas, aranhas e outros artrópodes. Pode ocasionalmente ingerir sementes.2 Raramente forrageia nas árvores. São monógamos e os casais permanecem unidos por longo tempo. Defendem seu território ao longo de todo o ano, tanto a fêmea como o macho, mas podem pernoitar fora de sua área.3 Têm o hábito de cantar juntos à entrada do ninho, agitando suas asas.7
Um joão-de-barro em seu ninho
Exemplar imaturo
Seu ninho tipicamente em forma de forno o tornou popular. Em estado natural prefere os galhos baixos de árvores e troncos secos para nidificar, escolhendo pontos que possuam boa visibilidade do entorno, mas se não encontra um local adequado, pode nidificar até no chão ou sobre alguma rocha saliente.3 Em zona urbana, onde está perfeitamente adaptado, prefere postes elétricos, podendo construir também sobre edificações humanas.8 O hábito que tem de usar postes de eletricidade para nidificação tem causado problemas de manutenção para as empresas de energia elétrica.9 Não há relação direta entre a construção de ninhos e o período reprodutivo. A ave passa quase todo o ano envolvida em construções, às vezes mais de uma ao mesmo tempo, o que pode ser explicado pelo grande índice de perdas de ninhos por invasões de outros animais, acidentes com destruição e intervenção humana, e pela disponibilidade de barro fresco, que depende do regime de chuvas.3
O casal se reveza na construção do ninho, uma estrutura em formato de forno, com 17 a 30 cm de diâmetro e uma altura de cerca de 20 cm, que pode pesar até 12 kg, embora a média seja de 5 kg. Divide-se em uma base ou plataforma, um vestíbulo estreito e uma câmara incubadora mais ampla, arredondada. A entrada tem em geral uma forma elíptica ou em crescente. Seu material é o barro, a palha e o esterco fresco. Todos os anos constroem um ninho novo, mas às vezes podem reformar um antigo. Também podem construir mais de um ao mesmo tempo. A construção leva de 2 a 18 dias para terminar, conforme a disponibilidade de material, mas se este falta podem interromper o trabalho e iniciar outro ninho quando as chuvas formam novo barro. Depois de pronto o casal se ocupa em forrar a câmara incubadora - o que nem sempre ocorre - com fibras vegetais, pelos, cerdas e penas.3 2 1
Ali a fêmea coloca de 3 a 4 ovos brancos, de casca frágil, que pesam de 4 a 7 g e medem de 27 a 29 mm de comprimento por cerca de 21 mm de diâmetro. A incubação, realizada pelo casal, só inicia consistentemente após a postura do terceiro ovo, levando de 14 a 18 dias. À noite, porém, parece que a incubação fica a cargo da fêmea. A taxa de natalidade é muito variável conforme a região. Os filhotes pouco depois de nascerem já apresentam comportamento defensivo, silvando como cobras e atacando intrusos com os bicos abertos, mas sem qualquer pontaria efetiva. Ambos os pais os alimentam. No início os adultos permanecem junto dos filhotes para aquecê-los, mas após oito dias de vida os pais vão passando mais tempo fora do ninho. Com 14 dias as crias já treinam seu canto, e aos 20 dias deixam o ninho, mas por poucos dias mais os pais ainda os alimentam. Se uma segunda postura se realiza na mesma temporada, os juvenis podem ajudar os pais a construir um novo ninho.10
Entre seus inimigos estão o anu-branco, o guira-guira, que preda ovos e filhotes, o gavião-carijó, a águia-chilena, que destroi o ninho e preda filhotes, e o gambá, que preda ovos, filhotes e adultos e depois ocupa o ninho. Pardais podem expulsar o joão-de-barro para usar seu ninho. O Molothrus bonariensis pode parasitar os ninhos colocando ali seu ovo, para que o casal de joão-de-barros o incube e crie o filhote alheio. Ninhos vazios são ocupados por uma grande variedade de aves, alguns insetos como abelhas e percevejos, além de cobras e pererecas. A andorinha Phaeoprogne tapera utiliza exclusivamente ninhos vazios de joão-de-barro para sua própria nidificação.11
Ouça o canto do joão-de-barro
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Na cultura

Um joão-de-barro levando barro em seu bico
O joão-de-barro é um pássaro muito popular, tanto que foi escolhido como a ave nacional da Argentina.3 Faz parte dofolclore de várias regiões, sendo personagem de lendas. Uma delas diz que o macho pode encerrar uma fêmea infiel no ninho até que ela morra, o que nunca foi comprovado;1 Outra diz que ele constroi seu ninho com a abertura na direção oposta do vento e da chuva, mas as pesquisas realizadas apresentam resultados contraditórios.12 13 Também é dito que ele é um pássaro religioso, pois suspende a construção do ninho aos domingos e dias santos. Isso tampouco tem comprovação científica. Em algumas regiões interioranas seus ninhos vazios se tornam objetos de decoração doméstica.3
Seu canto, junto com o de outros pássaros, foi uma inspiração para o compositor erudito Olivier Messiaen.14 Foi protagonista do livro infantil O Armário do João de Barro, de Christina Dias;15 deu seu nome a um projeto do governo brasileiro de construção de casas populares no interior, especialmente no Nordeste;16 foi tema de uma poesia de Cassiano Ricardo;17 é um motivo constante na obra do pintor José Antônio da Silva e foi cantado na conhecida toada caipira João de barro, de Teddy Vieira e Muibo César Cury.18 A artista Celeida Tostes utilizou seus ninhos para a criação de uma instalação apresentada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1990.19 Além disso a ave já batizou uma plataforma criptográfica para a Autoridade Certificadora Raiz da Infra-estrutura de Chaves Públicas do Brasil20 uma ONG,21 um concurso nacional de literatura da prefeitura de Belo Horizonte.22
Em Sobradinho corre uma lenda de que a cidade foi fundada por um joão-de-barro, a quem ela também deve o nome, já que antigamente um viajante teria ali encontrado uma dessas aves a construir seu ninho, e ela, falando-lhe, disse que seria na forma de um "sobradinho", em memória das grandes casas de fazenda que um dia pontuavam a paisagem da região.23 Os indios avá guaraní assim explicam a origem do joão-de-barro: a jovem Kuairúi havia se enamorado de Tiantiá, um valoroso guerreiro. Queriam casar, mas o cacique Tabáire, pai de Kuairúi, não permitiu, porque a despeito de sua bravura Tiantiá não sabia construir uma cabana. Assim foram transformados em pássaros que ajudam um ao outro na construção do ninho.24

Referências

Commons
Commons possui imagens e outros ficheiros sobre João-de-barro
  1. ↑ Ir para:a b c d Santiago, R. G. João-de-barro (Furnarius rufus). Biblioteca Digital de Ciências, 08 dez. 2006
  2. ↑ Ir para:a b c Furnarius rufus. Diagnóstico do Tráfico de Animais Silvestres na Mata Atlântica
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g h Figueiredo, Luiz Fernando de Andrade. I;: Boletim CEO. N° 11, Janeiro de 1995. pp. 2-6
  4. Ir para cima Furnarius rufus (Gmelin, 1788). ITIS Report
  5. Ir para cima BirdLife International 2009. "Furnarius rufus". In: IUCN 2011. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2.
  6. Ir para cima Furnarius rufus. Avibase
  7. Ir para cima Kraus, Jane Elizabeth. Fauna and flora of the campus of the Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. EdUSP, 2005, p. 96
  8. Ir para cima Marreis, Íris Trois & Sander, Martin. "Preferência ocupacional de ninhos de joão-de-barro (Furnarius rufus, Gmelin) entre a área urbanizada e natural". In: Biodiversidade Pampeana. PUCRS, Uruguaiana, 4: 29-31, 2006
  9. Ir para cima Efe, Márcio Amorim & Filippini, Alexandre. "Nidificação do joão-de-barro, Furnarius rufus (Passeriformes, Furnariidae) em estruturas de distribuição de energia elétrica em Santa Catarina". In: Ornithologia, 1(1):121-124, Junho 2006
  10. Ir para cima Figueiredo, pp. 18-22
  11. Ir para cima Figueiredo, pp. 23-25
  12. Ir para cima Souza, Franco L. & Santos, Cinthia A. "Climate and nest opening orientation in Furnarius rufus (Furnariidae)". In: Iheringia, Série Zoologia. vol. 97, nº 3. Porto Alegre, Set. 2007
  13. Ir para cima Figueiredo, pp. 5-11
  14. Ir para cima Johnson, Robert Sherlaw. Messiaen. University of California Press, 1989, p. 222
  15. Ir para cima Dias, Christina. O Armário do João de Barro. Editora DCL, 2007
  16. Ir para cima Sachs, Céline. São Paulo: políticas públicas e habitação popular. EdUSP, 1999, p. 155
  17. Ir para cima Campos, Raquel Discini de. Mulheres e crianças na imprensa paulista (1920-1940): educação e história. UNESP, 2009, pp. 75-76
  18. Ir para cima Sant'Anna, Romildo. Silva: quadros e livros: um artista caipira. UNESP, 1993, p. 223
  19. Ir para cima Almeida, Flavia Leme de. Mulheres Recipientes: Recortes Poeticos do Universo Feminino Nas Artes Visuais. UNESP, 2010. p. 97
  20. Ir para cima João de Barro. ITI
  21. Ir para cima João de Barro
  22. Ir para cima "Psssssssssssssiu!, de Silvana Tavano e Daniel Kondo, vence João-de-Barro 2011". Sala de Notícias da Prefeitura de Belo Horizonte, 27/01/2012
  23. Ir para cima Oliveira, Antônio Britto de. Histórias e Estórias que a Vida Inventa. Thesaurus Editora, 2005, pp. 255-256
  24. Ir para cima Bugall, Rubén Pérez. Mitos chiriguanos: el mundo de los Túnpa. Ediciones Del Sol, 2007, p. 75

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Nova espécie de pássaro descoberta aqui no Brasil!!!

                                         

Oi pessoal! Minha mãe estava lendo jornal quando viu uma notícia sobre a nova espécie descoberta aqui no brasil! Achei um máximo! E ela falou por que não coloca isto no blog, e eu claro adorei a ideia! Por isso esta aí. A notícia muito agradável para os criadores, e amantes de pássaros!


Pesquisadores da PUCRS descobrem nova espécie de pássaro do Brasil

Patativa-tropeira é considerada uma espécie naturalmente vulnerável

24/07/2014 | 16h47
Pesquisadores da PUCRS descobrem nova espécie de pássaro do Brasil Márcio Repenning/Divulgação
O nome vernáculo, patativa-tropeira, é alusivo à distribuição e à rota de migração dos pássarosFoto: Márcio Repenning / Divulgação
Pesquisadores da PUCRS descobriram uma nova espécie de pássaro endêmico do Brasil, a patativa-tropeira (Sporophila beltoni). O estudo, conduzido pela pesquisadora do Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS Carla Suertegaray Fontana e pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zoologia da Faculdade de Biociências Márcio Repenning, mostrou que os pássaros se reproduzem na Primavera e no Verão, em regiões altas e montanhosas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Depois, eles migram para o Cerrado, na Região Central.
- Por possuir uma população pequena, de 4,5 mil casais reprodutivos estimados, se alimentar de sementes de capins nativos e viver em campos naturais altos e de vegetação densa, ela é considerada uma espécie naturalmente vulnerável - explica Carla.
O nome vernáculo, patativa-tropeira, é alusivo à distribuição e à rota de migração dos pássaros, que seguem o caminho dos antigos tropeiros (que iam do RS para o sul de São Paulo).
A descoberta foi registrada na edição de outubro de 2013 do periódico The Auk. Repenning destaca ainda que a captura de espécies silvestres para abastecer o mercado clandestino de pássaros e a degradação dos campos naturais são ameaças diretas à sobrevivência da nova patativa.
- Ela já pode ser considerada globalmente em perigo de extinção - alerta o pesquisador.
Com a descoberta, os pesquisadores pretendem melhorar o entendimento sobre a história demográfica e evolutiva desse grupo de pássaros, servindo de subsídios para o estabelecimento de estratégias para o manejo e conservação dos campos.
                                            Espero que tenham gostado!                                                                   Abraços! 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Saíra-sete-cores

                                      SAÍRA-SETE-CORES

A saíra-sete-cores é uma ave passeriforme da família Thraupidae. Também conhecida como Saíra-de-bando.
Seu nome significa: do (tupi) tangará = dançarino; e do (alemão) seledonkopf = nome dado a este pássaro verde por Statius Müller (1776), derivado do francês céladon = verde-claro. ⇒ Dançarino verde claro ou dançarino seledon.

Características

Mede cerca de 13,5 cm de comprimento e pesa 18g. A fêmea é mais pálida e ao imaturo falta a cor viva do uropígio. Possui pelagem muito colorida. Cabeça e peito azuis-piscina, faixa preta na parte frontal da garganta, nuca amarelo-alaranjado barriga e cauda esverdeados, cauda com faixas negras. Dorso negro com asas intercalando as cores verde, azul e preta. Base do bico preta.

saíra-sete-cores macho

saíra-sete-cores fêmea

saíra-sete-cores jovem

Alimentação

Frugívoro, aprecia os frutos de palmeiras, goiaba, mamão, ameixa e caju. Alimenta-se também de insetos. Costuma frequentar comedouros com frutas.

saíra-sete-cores se alimentando

Reprodução

Atinge a maturidade sexual aos 12 meses. Faz um ninho tipo tigela, onde põe geralmente de 2 a 4 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por estação. O período de reprodução inicia-se na primavera e se estende até o fim do verão onde a fêmea cria de 2 ninhadas. Depois de um período de 15-17 dias, os filhotes nascem podendo ser separados da mãe com 35 dias de vida.

Casal de saíra-sete-cores

Ninho de saíra-sete-cores

Filhote de saíra-sete-cores

Hábitos

Pode ser encontrada em todos os estratos da floresta atlântica e nas matas baixas do litoral, onde é muito frequente.

Bando de saíra-sete-cores

Distribuição Geográfica

Espécie bastante comum no sudeste brasileiro. Ocorre da Bahia e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.

  Ocorrências registradas no WikiAves

Referências

  • Federação Ornitológica de Minas Gerais, Saíra-sete-cores - Disponível em: http://www.feomg.com.br/tan_sele.htm. Acesso em 05 mai. 2009.
  • Marigo, Luiz Claudio. A fantástica mata atlântica. n. 26.

Galeria de Fotos


                                                       FONTE:WIKIAVES